terça-feira, 30 de agosto de 2011

COLECISTITE ENFISEMATOSA
















RESUMO A colecistite enfisematosa é uma patologia relativamente rara, sendo a forma mais severa de colecistite aguda. É encontrada geralmente em pacientes idosos, debilitados ou diabéticos.É ocasionada por organismos formadores de gás e caracterizada pela presença deste no lúmen ou parede da vesícula biliar, bem como nos tecidos perivesicais, na ausência de uma comunicação anormal entre o sistema biliar e o trato gastrointestinal.Devemos sempre tê-la em mente quando do diagnóstico de colecistite aguda devido ao seu risco, aproximadamente trinta vezes maior, de evoluir com gangrena e, cinco vezes maior, de sofrer perfuração.A avaliação radiológica é de extrema importância, já que é a única forma de se fazer um diagnóstico precoce, o qual permanece um desafio devido ao alto grau de falha nos métodos habituais de imagem usados. O objetivo deste artigo é fazer uma revisão a respeito dos aspectos clínicos, dos métodos diagnósticos e do tratamento desta patologia.INTRODUÇÃOA colecistite enfisematosa (CE) é uma entidade relativamente rara, mas que vem tendo um maior número de relatos nos últimos anos em decorrência de uma melhora nas técnicas de imagem. Foi descrita pela primeira vez por Stolz, em 1901, durante uma necropsia. Pende, em 1907, foi o primeiro a descrever os achados cirúrgicos e Hegner, em 1931, foi o responsável pela primeira descrição radiológica e diagnóstica pré-operatória desta entidade(1).A CE é uma forma severa de infecção da vesícula biliar, desenvolvendo-se em aproximadamente 1% dos casos de colecistite aguda. É caracterizada pela presença de gás no lúmen, parede da vesícula biliar ou tecidos perivesicais, na ausência de uma comunicação anormal entre o sistema biliar e o trato gastrointestinal, sendo causada pela invasão da parede biliar por microrganismos formadores de gás, o qual se acumula na parede e/ou no lúmen vesical e, em alguns casos, nos tecidos perivesicais e sistema biliar(2-5). Os microrganismos relacionados com esta infecção são espécies de Kleibsiella, Staphylococcus, Streptococcus, Pseudomonas aeruginosa, sendo as espécies de Clostridium os microrganismos mais comumente implicados na gênese da CE(2,6). A Escherichia coli é também um germe freqüentemente presente, tanto sozinho ou como um copatógeno(4). Os microrganismos podem chegar até a vesícula por via hemática, linfática ou através da bile.Uma etiologia vascular primária, decorrente de uma oclusão da artéria cística, foi sugerida como sendo o insulto primário na maioria dos casos, nos quais a vesícula biliar isquêmica proporcionaria um ambiente em que os microrganismos formadores de gás proliferassem mais facilmente(2,4,6). Esta hipótese se suporta na observação histológica de estreitamento e oclusão arteriolar da parede da vesícula biliar.


Figura 1 - Radiografia simples de abdome, mostrando gás ao redor da parde vesical (seta).


Figura 2 - Tomografia mostrando coleção gasosa no interior da vesícula biliar. Vias biliares intra e extra-hepáticas sem alterações.DISCUSSÃOA CE acomete pacientes principalmente entre a sexta e sétima década de vida, é mais comum entre pacientes diabéticos (mais de 50% dos casos) e, ao contrário da colecistite aguda não enfisematosa, é mais comum em homens do que em mulheres (7:3), além de ter uma menor associação com cálculos (duas a três vezes mais casos de colecistite acalculosa na forma enfisematosa)(6,7). Está associada com um aumento da morbimortalidade quando comparada a colecistite aguda não enfisematosa, sendo este aumento relacionado a uma maior prevalência de gangrena e perfuração da vesícula biliar.A manifestação clínica da CE é similar àquela da colecistite aguda, exceto pelo fato de ter, por vezes, um início mais rápido e uma maior severidade da dor abdominal, além do que a sepse ocorre com uma maior freqüência. Contudo, em alguns pacientes, pode ocorrer surpreendentemente uma pobreza de sintomas.A avaliação radiológica é extremamente importante para o diagnóstico desta entidade, já que é a única forma de se fazer um diagnóstico precoce. A CE é diagnosticada pela demonstração de gás intramural e intraluminal na vesícula biliar, usando radiografia simples, ultra-sonografia (US) e tomografia computadorizada (TC) abdominais.Apesar das radiografias abdominais muitas vezes não serem obtidas nos casos suspeitos de colecistite, elas dão a oportunidade de se identificar coleções anormais de gás na topografia da vesícula biliar (Figura 1), além de poderem demonstrar níveis hidroaéreos e coleções curvilíneas de gás em sua parede. Os achados radiológicos da CE são descritos como tendo três estágios: gás no lúmen da vesícula biliar (estágio 1), na parede (estágio 2) e nos tecidos perivesicais (estágio 3)(2-5).A US é, na maioria das vezes, a primeira modalidade utilizada em paciente com suspeita clínica de colecistite aguda. Achados ultra-sonográficos anormais podem estar presentes antes do gás tornar-se visível na radiografia simples. Estes achados incluem reverberação ou o artefato conhecido como "cauda de cometa", o qual é causado por uma mudança abrupta na impedância acústica na interface tecido mole/gás. Uma aparência "efervescente" foi também descrita, com múltiplos minúsculos focos (bolhas de gás) nascendo no lúmen da vesícula. Esta aparência foi descrita como sendo similar a "bolhas de champanhe"(8,9).A TC é freqüentemente usada na avaliação das patologias abdominais e virtualmente faz o diagnóstico de CE(10) (Figura 2). Consegue identificar coleções anormais de gás ou calcificações que, muitas vezes, dificultam ou até mesmo frustram a visualização da vesícula biliar.Os exames laboratoriais são inespecíficos, mostrando apenas sinais de infecção aguda (leucocitose com neutrofilia). As culturas de bile são positivas em aproximadamente 50% dos casos.O diagnóstico radiológico diferencial de ar na vesícula biliar inclui uma fístula entre a vesícula ou sistema biliar e o trato gastrointestinal, anastomose enterobiliar, esfíncter de Oddi incompetente e pós-CPER(7).A colecistectomia associada a antibioticoterapia pré e pós-operatória adequada, além de um controle glicêmico em pacientes diabéticos, constitui a conduta com menores taxas de mortalidade. A via preferencial da colecistectomia é a aberta, já que a cirurgia laparoscópica nestes casos é muito difícil de ser realizada, tendo uma alta taxa de conversão(11-14), embora alguns trabalhos tenham relatado com sucesso a cirurgia por via laparoscópica(15,16).Altas doses de antibióticos contra organismos do tipo Clostridiun e Coliforme devem ser administrados imediatamente após ter sido feito o diagnóstico, sendo indicada à cirurgia imediata devido, como descrito anteriormente, à alta ocorrência de perfuração espontânea, a qual está associada com altas taxas de morbidade e mortalidade (60% e 25%, respectivamente)(6).CONCLUSÃORessalta-se mais uma vez a importância da investigação radiológica. Não existe nenhum caso relatado, no qual o autor tenha suspeitado fortemente de CE antes do diagnóstico ser feito radiológica ou cirurgicamente(2). Gostaríamos ainda de enfatizar a falha em visualizar a vesícula biliar durante o estudo ultra-sonográfico em pacientes com sintomas abdominais (particularmente nos diabéticos e nos idosos) que sugiram colecistite(10,17). Uma procura cuidadosa por coleções anormais de gás na topografia da vesícula biliar durante o exame ultra-sonográfico ou estudos adicionais como radiografia simples ou TC podem salvar um tempo precioso durante o manejo dos pacientes com essa condição.Destaca-se a importância de se considerar a CE uma afecção com maior potencial de gravidade do que a colecistite aguda não enfisematosa, uma vez que a freqüência de gangrena da vesícula biliar é trinta vezes maior e a de perfuração cinco vezes maior do que a esperada na colecistite aguda não enfisematosa não complicada.Mesmo a CE sendo mais comum em homens, principalmente nos diabéticos, esta situação também deve ser considerada em mulheres, devido à maior possibilidade de complicações desta forma de colecistite aguda. Deve-se levar em consideração que, algumas vezes, os pacientes portadores de CE nem sempre manifestam sinais clínicos de gravidade. Em pacientes, nos quais a cirurgia esta contra-indicada, devido à presença de comorbidades, a drenagem pode ser uma alternativa terapêutica(2,18,19).





Radiologia, física e concurso - RJ: Reciclagem de filmes radiográficos

Radiologia, física e concurso - RJ: Reciclagem de filmes radiográficos

LEONARDO FLOR: 1º CURSO DE TOMOGRAFIA DO INCA

LEONARDO FLOR: 1º CURSO DE TOMOGRAFIA DO INCA: ... Em aula
Eu fui convidado para ministrar o primeiro curso de Tomografia do Inca. Uma honra. Obrigado!!!

Explicand...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DIVERTICULO DUODENAL




INTRODUÇÃO
O divertículo intraluminal do duodeno é anomalia congênita em sua origem, provavelmente uma forma de duplicação. Somente em 1968 foi relatado por Newman e Nathan um caso com diagnóstico radiológico pré-operatório, em criança(1). A maioria dos casos é achado de autópsia e de material cirúrgico(2-4). É anomalia pouco freqüente, com poucos casos relatados na literatura médica(5). Sinais clínicos e sintomas podem estar ausentes ou ser de pouca intensidade, ou ser os de obstrução intermitente. É causa pouco comum de obstrução duodenal(6). A anomalia consiste em uma formação em "fundo de saco", revestida de ambos os lados por mucosa normal, projetando-se na luz do duodeno(7).
Por ser o duodeno a sede menos freqüente de duplicação do trato alimentar, e em decorrência dos vários tipos de duplicação, o diagnóstico operatório é o mais freqüente(8-10).
O diagnóstico radiológico é feito quando o diafragma duodenal redundante e frouxo forma um fundo de saco que, distendendo-se como um balão, comprime a parede e provoca, secundariamente, uma obstrução parcial. O bolo alimentar é impelido pelo peristaltismo através do óstio ou abertura do diafragma lateral ou terminal e assim acarreta relativo distúrbio funcional(11-13). Em conseqüência, sintomas obstrutivos podem estar ausentes na infância e só vierem a ocorrer na fase adulta, quando o divertículo poderá, pelo aumento de tamanho, ocasionar sintomas dispépticos incaracterísticos, sendo o achado radiológico quase sempre acidental.

RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino, 44 anos de idade, melanodérmica, natural de Campina Grande, PB. A paciente foi encaminhada para exame radiológico do esôfago, estômago e duodeno, sem qualquer outra menção no pedido de exame.
Relatava a paciente que há vários anos vinha apresentando, ocasionalmente, sintomas dispépticos variados de curta duração, com sensação de distensão do estômago, empachamento pós-prandial, com dor na "boca do estômago", e às vezes regurgitações, principalmente após a ingestão de farináceos. Não relatava emagrecimento, falta de apetite ou outra alteração.
Ao exame radiológico verificou-se a existência de nítida hérnia do hiato diafragmático. O esvaziamento gástrico iniciou-se em tempo normal. Entretanto, observou-se que o meio de contraste baritado, após atingir a parte média do duodeno, encontrou um obstáculo em fundo de saco, com a presença de intenso peristaltismo de luta. Após permanecer a paciente em decúbito lateral direito e em oblíqua anterior direita por cerca de 30 minutos, o meio de contraste passou por fora da imagem citada, mostrando um outro relevo mucoso, e atingiu assim o duodeno distal e o jejuno proximal, que apresentavam calibre e relevo mucoso regulares.
À observação radioscópica, com intensificador de imagem e circuito de TV, fizemos o diagnóstico e passamos a documentar os achados.

A paciente foi encaminhada ao clínico, com o diagnóstico de divertículo intraluminal do duodeno, e, posteriormente, submetida a intervenção cirúrgica. Segundo o relatório do cirurgião, o duodeno mostrava-se moderadamente dilatado nas suas porções proximais. Feita a abertura do duodeno e aspiração do conteúdo, verificou-se a presença de uma formação do tipo diafragma, com abertura lateral junto à parede medial e com mucosa nas duas faces. Foi então feita ressecção circular em toda a extensão, com retirada completa do diafragma e do saco diverticular.
Cerca de um mês após a cirurgia, a paciente foi reexaminada por nós, quando então verificamos o desaparecimento da imagem anteriormente encontrada, e o trânsito, o relevo mucoso e o calibre do duodeno estavam normais.

DISCUSSÃO
Do ponto de vista anatomopatológico, é certo tratar-se de uma anomalia congênita. Embriologicamente, a teoria da duplicação é igualmente aplicável para explicar a formação do divertículo intraluminal do duodeno. Esta anomalia é considerada mais uma duplicação do que a formação de um diafragma incompleto distorcido. É de interesse notar que apenas um caso relatado na literatura foi diagnosticado unicamente pelo exame baritado convencional e tratava-se de uma criança.
Entretanto, verifica-se que, em alguns casos, os sintomas iniciaram-se na infância. Nos casos não complicados o diagnóstico radiológico não apresenta dificuldade. O divertículo intraluminal cheio de meio de contraste, nas várias incidências, apresenta-se como uma formação em "fundo de saco" dentro da luz duodenal.




LEONARDO FLOR: INFUSÃO INTRATECAL

LEONARDO FLOR: INFUSÃO INTRATECAL: "Injeção intratecal, via intratecal ou via subaracnóidea, é uma via de administração que consiste na injeção de substâncias no canal raquid..."

domingo, 7 de agosto de 2011

Avaliação da radiografia de tórax

Avaliação da radiografia de tórax


Analisar ambos os pulmões começando pelos ápices e continuando inferiormente .Comparar os aspectos em cada zona ou andar com os do lado oposto no mesmo nivel.As unicas sombras normalmente visiveis excetunado as cissuras e as sobreposições de tecidos moles....devem possuir caracteristicas vasculares.



Qualquer opacidade ou massa deve ser assinalada.A localização de qualquer possivel lesão deve ser feita inicialmente com referencia ao andar e posteriormente...quando possivel ...determinadao o lobo em que se localiza.



HILOS



Localização frequentes de adenoplatias e carcinoma bronquico.....pesquisar alterações da densidade....bem como irregularidades do contorno ou aumento de dimensões.



SOMBRA CARDIACA





Verifique a morfologia e as dimensões.E por vezes dificil assinalar aumentos de apenas de uma camara....assinalar no entanto alterações ao volume cardiaco global.



MEDIASTINO



Pesquisar massas bem como desvios do mediastino ou de seus componentes...nomeadamente a traqueia.



DIAFRAGMA



Os angulos costrofrenicos devem ser agudos bem delineados e permeaveis.Sua obliteração indica derrame pleural ou espessamento pleural cronico.A superficie superior do diafragma deveser convexa e bem definida.Deficiente definição de contorno superior traduz muitas vezes patologia das bases pulmonares.O aplanamento do contorno diafragmatico superior esta presente em situações de hipersuflação e na doença pulmonar obstrutiva cronica.



ESQUELETO OSSEO E TECIDOS MOLES



Avaliar os elementos da parede toraxica nomeadamente as costelas....pesquisando lesoes fraturárias ou esteoliticas.Aspectos das sombras mamarias(atençaõ as assimetrias pos-mastectomia) porções visiveis do abdomen e ombros





Fonte RADIOLOGIA E ANALISE DE IMAGENS



AUTOR JOAO MARTINS PISCO





terça-feira, 2 de agosto de 2011